Às 10h30 de hoje, fiz uma rápida visita aos maiores sites de esportes do país, buscando matérias e textos para inspiração e informação sobre os 94 anos de vida da Sociedade Esportiva Palmeiras. Tolinho... Qual não foi minha surpresa ao descobrir que nenhum dos ditos portais fazia menção à data comemorativa, nem em sua homepage (página inicial), nem na seção dedicada ao clube.
Surpresa nenhuma, na verdade, pois há 94 anos quem engrandece o Palmeiras são os palmeirenses.
Não sou da turma que nos considera perseguidos por tudo e por todos, mas sei que certamente o Palmeiras nunca foi o queridinho da imprensa nem da opinião pública. Graças a Deus.
E mesmo assim, o que era uma paixão à italiana pelo time da colônia, ao longo dos anos espalhou-se país afora. O palmeirense do Nordeste, ou do Paraná, ou do Mato Grosso, ou do Amazonas, todos parecem ter herdado o fanatismo e a forma sempre apaixonada quando falam do próprio time. O Palmeiras sabe ser brasileiro e os palmeirenses brasileiros agregaram como que por osmose o sangue tifosi italiano.
Se nunca fomos os queridinhos da opinião pública, durante a Segunda Guerra Mundial, a partir do momento em que o Brasil declarou guerra à Itália e às outras nações do Eixo, imaginem o que se passou.
Um projeto nacionalista da ditadura de Getúlio Vargas criou uma série de regulamentações desportivas, obrigado os clubes como o Palmeiras a expulsarem dirigentes e sócios extrangeiros, em especial aqueles ligados aos países do Eixo como a Itália. Passaram a ser rotulados pela imprensa como “súditos do Eixo”. Nesta época, o Palestra Itália precisava de permissão oficial para jogar fora de São Paulo capital, especialmente no litoral, área considerada estratégica durante a Segunda Guerra.
O Palestra começou a buscar cada vez mais associados nascidos no Brasil e tinha que provar a todo custo, quase que diariamente, que sabia ser brasileiro. Até que ao final da Guerra e o conseqüente fim da paranóia xenófoba, já como Sociedade Esportiva Palmeiras, os italianos puderam voltar ao clube.
Essa mistura de futebol e paixão, de Brasil e Itália, de ser perseguido e ao mesmo tempo amado, só colocou ainda mais tempero na nossa gloriosa história de 94 anos.
A ponto de em 22 de julho de 1951, diante de mais de cem mil torcedores lotando o Maracanã e torcendo pelo time que sabia ser brasileiro, o Palmeiras se sagrou Campeão do Mundo com o empate no segundo jogo das finais contra a Juventus de Turim, por 2 a 2.
O Palmeiras ensinou os times rivais a jogar bola, com suas Academias. Teve craques calados, que balançaram a apaixonada nação alviverde, como Ademir da Guia, Alex, Rivaldo. Teve craques barulhentos, que incorporaram a raça e a paixão sem nunca se afastar do refinamento e da técnica, como Julinho Botelho, César Maluco, Edmundo, Djalminha. Teve maestros como Djalma Santos, Dudu, César Sampaio, Zinho. Ícones? Ídolos? Todos estes foram. Alguns se juntando à galeria de mitos também, como o matador Evair, São Marcos do Palestra Itália, e tantos outros.
Com 60 anos de vida, o Palmeiras já se sagrava o maior e mais vencedor time no país do futebol. Com 80 anos, fechamos o século XX simplesmente como os campeões dele.
Hoje, completando 94 anos, às vésperas de um episódio histórico no clube, que será a construção da nossa nova casa, e a caminho do centenário, o Palmeiras segue crescendo, e o palmeirense segue fanático e passional. Segue dando bicos da quina da mesa quando seu Palmeiras perde um gol feito, segue declarando amor pelo mesmo jogador que perdeu o gol quando ele o converte. E assim será para sempre.
O Palmeiras, crescendo exclusivamente pelos próprios méritos, escreve a cada dia a mais bela e gloriosa história do futebol brasileiro. Parabéns a você, Palmeiras, a todos nós, e a nossos pais, avós, bisavós, todos que nos fizeram chegar aos 94 anos com a pujança de um jovem gigante.
Agradecimento: à sãopaulina Renata (uma das poucas bambis sãs que conheço) por ceder esta foto histórica.
Um comentário:
visitando o seu blog descobri três coisas:
1ª - Vc deveria escrevia mais
2ª - não sou só eu q penso em Mustafá e vejo o Jabba the Hutt
3ª - esqueci qual era a terceira ¬¬'
O texto é lindo Mario, e lendo ainda me lembra outra coisa, uma outra obseção minha, a história da Segunda Guerra Mundial, já escrevi tanto sobre isso q podia lançar um livro, de baixa qualidade mas ... hahahahahha
A band, a globo, praticamente ignoraram o aniversário, na emissora do ignorantes ainda se falou quase o tempo todo de corinthians e pacaembú
Na globo, eu desisti, fizeram uma menção só no Arena Sportv
E por incrível q pareça, 6 da tarde se vc mudar na Gazeta tenho certeza q vão falar pelo 5 minutos sobre isso
Mas q se dane, o q importa é o meu amor pelo meu "Parmera"
Abçs! E feliz ano novo verde! hahahahaha
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