11 de dez. de 2008

Quem é o trouxa...?

Tantas vezes fui trouxa ao achar que o garoto Juca era um jornalista sério...

Mas depois das últimas presepadas, arbitrariedades e incoerência, o garoto Juca se tornou alguém que ele mete o pau sem dó, virou um Milton Neves.

Garoto Juca: um dia eu gostei de te ver comentando futebol na TV, um dia já achei você bom de letra e de papo. Mas a cada nova arbitrariedade e presepada que você faz defendendo única e exclusivamente seus interesses pessoais, e fecha os olhos para tudo que não anda conforme seu manual de instruções, mais triste se torna sua figura.

Segundo enquete feita simultaneamente à última pataquada do Juquinha, mais de 96% (e mais de 200 pessoas) acham que trouxa é quem lê Juca Kfouri.

>> Resultado da enquete

3 de dez. de 2008

O cruzado da ética, direto do túnel do tempo

Veja, abaixo, alguns trechos de entrevista de Juca Kfouri concedida à revista Caros Amigos em 1997, e logo em seguida, trechos para a Isto É, no mesmo ano.

Caros Amigos (1997)

Sérgio Pinto - Vamos provocar. Você foi cotado para ser secretário do Maluf. Você acha que ser secretário do Maluf engrandece a biografia de alguma pessoa?

Juca Kfouri - Não, não acho que engrandeça, mas acho que ser secretário, ou ser ministro, ou ser qualquer coisa pública em sendo jornalista, não engrandece a biografia de ninguém. Quer dizer, eu jamais trocaria o ser jornalista por qualquer outra coisa, em qualquer outra área.

Sérgio Pinto - Mas você não sentiu conflito?

Juca Kfouri - Não, eu achei que era mais ou menos inevitável em função daquela Carta de São Paulo que era assinada por algumas pessoas identificadas com a esquerda, e que ele, habilidoso como era, ia tentar fazer de algum daqueles signatários um secretário. Conseguiu fazer o Rodolfo Konder. Não acho que se trate de engrandecer, mas também não acho que diminua, não acho que o Rodolfo ficou menor por causa daquilo, é uma opção que eu respeito inteiramente, mas eu jamais seria, do Maluf ou de quem quer que seja.

(...)

Sérgio de Souza - Você se considera um o quê, Juca, um cruzado?

Juca Kfouri - Muito obrigado. Em regra, quando querem me diminuir me chamam de quixotesco. O Roberto Civita um dia me disse isso: "Você é um cruzado". E eu disse a ele a mesma coisa: "Na Globo me dizem que eu sou um Dom Quixote." Eu acho que é um sentimento de indignação mesmo, mas não vou fazer disso nenhum cavalo de batalha, nenhum martírio. Te diria que isso hoje é muito mais a meu favor do que contra mim. Se fosse por oportunismo eu faria essa mesma opção, porque isso me distingue...

(...)

Trajano - E aquela pergunta bem, como se fala?... do programa do Raul Gil, "Para quem você tiraria o chapéu?"

Juca Kfouri - No esporte?

Trajano - Na imprensa esportiva, dirigente, jogador, técnico, para quem você tiraria o chapéu?

Juca Kfouri - Até para provar que não há questões pessoais, há sempre questões políticas, estruturais e tal, eu por exemplo, um presidente de Confederação que eu tiraria o chapéu é o Giulite Coutinho. Outro dirigente que eu tiro o chapéu, é Antônio Pithon, que reassumiu o Bahia. Como dirigente esportivo eu tiro o chapéu por mais polêmico que possa ser, para o Márcio Braga. Tiro o chapéu para o ex-presidente do Grêmio, Paulo Odoni. Tiro o chapéu para o Carlos Miguel Aidar, presidente do Clube dos 13, ex-presidente do S.Paulo.

Trajano - E jogador, técnico e imprensa esportiva?

Juca Kfouri - Tiro o chapéu para o Telê. Acho que vou tirar o chapéu um dia para o Wanderley Luxemburgo. Tiro o chapéu para o Pelé. Tiro o chapéu para o Mané, tiro o chapéu para o Tostão.

(...)

Este foi o trecho extraído da Caros Amigos. No mesmo ano, o cruzado falou para a Isto É. Leia.

Isto É (1997)

ISTOÉ - O que você acha do modelo de co-gestão adotado, por exemplo, por Palmeiras e Parmalat?

Kfouri - Eu não considero ideal, mas é tão obviamente melhor do que o que temos aí que em poucos anos dessa experiência um time que estava na fila há tantos anos saiu ganhando tudo. Só não ganhou mais porque a Parmalat descobriu que esse negócio de comprar e vender jogador era melhor até do que vender leite e começou a fazer dinheiro com isso. Imagine se mais do que uma co-gestão, uma empresa como essa se torne a controladora do clube. Aí ela vai ter a consciência de que não se vende a atração. Na NBA, o Michael Jordan acaba de fazer o 14º contrato com o Chicago Bulls, o Magic Johnson ficou 13 temporadas nos Lakers, o Pat Ewing está esse mesmo tempo no New York Nicks. Por quê? Porque eles garantem bilheteria, patrocínio, audiência. Não se ganha dinheiro vendendo as galinhas dos ovos de ouro. E o futebol brasileiro vende suas galinhas dos ovos de ouro.

(...)

Caso você encontre mais incongruências do paladino desmascarado, por favor, nos envie citando data e fonte, que a publicaremos aqui.

25 de nov. de 2008

Juca Kfouri: parceria ou promiscuidade?

Li o seguinte trecho no blog do Juca Kfouri.

"Parceria ou promiscuidade?

As parcerias são bem-vindas ao futebol desde que com um mínimo de disciplina, o que não tem acontecido no Brasil. Basta dizer que no domingo que vem vamos viver uma situação bizarra: jogam Vitória e Palmeiras, no Barradão, em Salvador.

O Vitória sem maiores responsabilidades e o Palmeiras por uma vaga na Libertadores, sonho de sua parceira, a Traffic.

No Vitória joga Marquinhos, que é da Traffic e está prometido ao Palmeiras para o ano que vem. Você acha que Marquinhos vai fazer um gol que tira o Palmeiras, a Traffic e ele mesmo da Libertadores?

Então será melhor não escalá-lo? Ora, se ele não jogar será em prejuízo do seu time atual e em benefício do futuro. Se jogar e jogar mal, será mal falado. Se jogar e jogar bem e eliminar o Palmeiras, a ética estará salva.

Mas quem se preocupa com a ética em nosso futebol?

(...)"

O cruzado da ética, Juca "Valdivia no São Paulo" Kfouri, se esqueceu que esta situação de um jogador já negociado com um time ter de enfrentar o mesmo antes da transferência acontece SEMPRE, independentemente de ser uma transferência paga por um investidor ou paga pelo próprio clube.

Não será a primeira vez que acontece, nem será a última.

Quando um clube se planeja com antecedência, dentro da lei (que permite pré-contratos a 6 meses ou menos do término dos contratos de jogadores), aí o clube é anti-ético.

Quando não o faz, é um clube desorganizado.

Fora isso, enviei algumas vezes a seguinte pergunta para o cruzado (que não a publicou até o momento):

"Sr. JUCA KFOURI, vou repetir minha PERGUNTA que o senhor covardemente não publicou.

Não seria PROMÍSCUO um jornalista esportivo trabalhar em diversos meios de comunicação, que buscam lucro como qualquer outra empresa, e portanto são CONCORRENTES?

Sim ou não? E por quê????

Se o senhor acha que não é promiscuidade, ao menos explique seu ponto de vista.

Caso contrário vai parecer que eu tenho razão: que o seu discurso não condiz EM NADA com seu comportamento, e vice-versa.

Tô de olho aqui para ver se o senhor vai responder a esta questão."

Para alguém ditar regras e padrões, deve ao menos dar o exemplo.

Não seria anti-ético um jornalista trabalhar em empresas que concorrem entre si? Não vive ele dizendo que "não basta ser honesto, tem que parecer"?

Gostaria de saber qual a ética existente em alguém que publica seu blog no UOL, maior concorrente do Terra, que hospeda e publica os conteúdos do site da ESPN Brasil e seus respectivos blogs.

Qual a ética de alguém atende a empresas com interesses conflitantes e concorrentes (como ESPN, CBN, Folha de S. Paulo, UOL).

Será que ao falar na CBN ele não prejudica a rádio Eldorado ESPN?

Quem garante que ele não vá fazer comentários gaguejando e com a voz fanha na CBN, para beneficiar a Eldorado ESPN?

Quem garante que ele não vá escrever textos sem pé nem cabeça (RÁ!) em seu blog no UOL, para beneficiar o portal Terra, parceiro da ESPN?

Quem garante que ele não vá proteger a ESPN em sua coluna na Folha de S. Paulo?

Caro cruzado Juca Kfouri: não basta ser honesto, tem que parecer.

Para agir de acordo com seu discurso, peça as contas de todas as outras empresas de comunicação para as quais você trabalha, em detrimento de uma única.

Falar é fácil, meu amigo. O difícil é colocar em prática.

14 de nov. de 2008

Palmeirenses juntam forças na internet e publicam vídeo de apoio ao time

Torcedores palmeirenses se organizaram através da comunidade "Palmeiras" no Orkut, e editaram um vídeo contendo trechos da trajetória do time alviverde em 2008, além de depoimentos de internautas que gravaram frases de apoio individualmente a cada um dos jogadores do elenco.

11 de nov. de 2008

Obrigado Santo Expedito pela graça alcançada

Fonte: Goal.com

Arsenal To Sign Rising Brazilian Star?

According to reports, Arsenal have signed a pre-contract agreement with Brazilian striker Lenny, who looks set for a free transfer in January...

20-year-old Brazilian striker Lenny - full name Lenny Fernandes Coelho - who currently plies his trade with Brazilian side Palmeiras, is reportedly bound for Arsenal.

Reports suggest that the Gunners have clinched his signature after the player signed a pre-contract agreement with the north London outfit.

Lenny's Palmeiras deal is due to expire in December, and as such, he could be on the Gunners' books as early as January 1.

However, it is expected that the forward will be shunted out on loan to Spain to garner some first team experience and a work permit. Arsenal have an agreement with feeder club Salamanca to loan them a striker or goalkeeper in January.

Mexican striker Carlos Vela benefitted from terms on loan with Celta Vigo and Osasuna among others, where he impressed before returning to the Emirates with a work permit in time for this season.

Arsene Wenger's side allegedly tabled a bid for Lenny in 2007, which was rejected by his club and was in the region of around £3 million.

The striker has European experience having represented Sporting Braga of Portugal in 2007.

10 de nov. de 2008

Falar e agir

Nada pior do que uma segunda-feira pós-chacoalhada. Certo?

Errado.

Pior do que a chacoalhada, a derrota, o impacto sofrido no domingo, foi a seqüência de fatos bizarros durante a última semana. Fatos para deixarem qualquer palmeirense, até os mais equilibrados (se é que existem!), fora do eixo. No mínimo, com uma pulga atrás da orelha. Uma pulga do tamanho de um elefante.

Tentei esperar baixar a poeira, acalmar os ânimos, para ver se entendia esta última semana negra, iniciada apropriadamente no dia de finados. Com a consternação ainda presente mesmo depois de 30 horas após o final do jogo de ontem, vi que nada fará passar em branco algumas coisas que assistimos nos últimos 7 dias.

Vou inverter a ordem das coisas e começar pelo final. Falando do Marcos.

Marcos

Falhou no gol do Grêmio. Trata-se de opinião. E nem vale a pena divagar sobre porque considerar falha ou não. A constatação é que dentro do mesmo jogo, o próprio Marcos nos salvou, agarrando bolas impegáveis (como de costume), mas não defendeu esta bola específica e "pegável" (ao contrário do que estamos acostumados).

Isso o torna menos goleiro? Não. Isso o torna menos profissional? Não. Isso o torna menos admirável? Não.

Falhou ao abandonar o gol insandecidamente a partir dos 30 e poucos minutos do segundo tempo. Trata-se de opinião. Falhou, se analisarmos isso como uma atitude profissionalmente destemperada, já que ainda restavam 15 minutos de jogo.

Formei essa opinião enquanto assistia ao jogo e sofria. Achei um risco desnecessário e que não traria bem algum ao Palmeiras. Ao contrário, poderia encerrar o resultado de um jogo (caso tomássemos 2 a 0) que, teoricamente, poderia ainda ser empatado.

Mas algumas horas depois, enxergo este ato do Marcos com outros olhos.

Ele não falhou. Ele falou. Falou com a bola, falou com atitudes, falou com sua postura.

Marcos disse com a bola que queria compensar a falha, tivesse sido ela da zaga ou do próprio.

Marcos disse com atitudes que não estava nem aí para as ordens do senhor Luxemburgo, seu chefe, e gritou para todo o estádio que não estava mais sob comando do "professor".

Marcos disse com sua postura que é palmeirese, meus amigos. Ele fez o que todos os milhões de torcedores fariam se estivessem em campo naquele exato momento.

A razão me diz que ele não deveria tomar esta atitude extrema. E creio que não tomaria, num time comandado por Felipão. Porque ele acreditaria, como fez tantas vezes, num grupo que o Felipão é capaz de formar.

Ontem, o Marcos falou em alto e bom tom, com a bola nos pés: "Não acredito mais no trabalho do Luxemburgo".

Se acreditasse, ele confiaria que o time formado pelo "professor" teria força para reagir e não teria chutado o balde tão cedo. As atitudes de Marcos refletem claramente o descrédito no técnico. Aliás, mais do que descrédito. Seu descomprometimento com Luxemburgo.

Vanderlei Luxemburgo

Milhões de vezes, já vimos e ouvimos saindo da boca de jogadores elogios ao Felipão pelo espírito de unidade que confere a um grupo de profissionais. Também, já vimos e ouvimos o contrário a respeito do Luxemburgo.

Felipão convence os jogadores a comerem grama por ele. Convence-os com seu trabalho, sem ter que pedir a ninguém que faça isso. Já Luxemburgo...

Bem, Vanderlei Luxemburgo continua escrevendo sua história com novos fatos, em sua maioria desabonadores.

Acompanhando a carreira do "professor" desde seu 1º grande sucesso no Bragantino, jamais tive razões ou argumentos suficientes para contestar sua capacidade profissional. Até a semana que passou.

O tempo passa, o mundo gira, e ele é dinâmico. As coisas mudam, as pessoas evoluem (ou involuem), outras pessoas crescem, a realidade se transforma.

Sempre contestei quem criticava ou perseguia o senhor Luxemburgo pelas suas peripécias fora de campo, pelo seu caráter, ou coisas do tipo. Acreditava que sua capacidade como técnico superava seus defeitos como profissional e como pessoa também. Acreditava que o saldo desta conta era positivo.

Mas os últimos 7 dias, deixaram algumas verdades expostas, e que me fazem rever meus conceitos. Principalmente porque entendi, pela primeira vez, que o extra-campo faz parte do trabalho do "professor", especialmente o jogo de cena e o discurso.

Ele próprio sabe e admite isso. Acontece que suas pisadas foram fora e também dentro de campo.

"A meta agora é a Libertadores"

Se havia um aspecto positivo na arrogância do Luxemburgo é que sempre vi em suas posturas ao longo dos anos e em seu discurso uma sede incansável de vitórias, sucesso e conquistas.

No momento em que ele entrega os pontos, declarando que agora vai brigar por uma vaga na Libertadores, ainda tendo chances matemáticas de título, ele se coloca nesse aspecto lado a lado a todos os técnicos medianos que pecam e já pecaram tanto no Palmeiras. Por uma visão medíocre, de objetivos pequenos, embutindo um certo conformismo na sua mentalidade, e indiretamente na mentalidade dos jogadores.

O resultado de uma semana de treinamentos

Aliás... uma semana ou um ano?

Achei certíssima a decisão do "professor" de permanecer aqui no Brasil, treinando o time titular, enquanto os reservas foram jogar na Argentina pela Sulamericana.

Só faltou uma coisa, nessa história toda. A parte do "treinando".

É difícil se conformar com um time profissional que não tem batedores de falta e escanteio definidos, mesmo estando no 11º mês. Como é que se pode treinar um grupo ao longo de um ano, sem definir este ou aquele jogadores como batedores oficiais?

Ok, nossos "batedores" estão longe de serem grande coisa. E este seria exatamente o motivo para que o brilhante "professor" elegesse um ou dois, entre os menos piores, e os fizesse treinar à exaustão, com treinamentos técnicos, para aperfeiçoar a batida na bola.

Quantas jogadas ensaiadas o Palmeiras colocou em prática em 2008 com sucesso? Aliás, nossa "grande" jogada ensaiada é aquela cobrança curta de escanteio, que tira nosso melhor cabeceador da área para devolver a bola ao cobrador, que cruza a bola para ninguém. E que, por obra do acaso (será?), nunca dá em nada.

Quantas vezes, em 2008, vimos nossa defesa sair organizadamente em bloco para deixar o time adversário em impedimento? Nenhuma me vem à cabeça, sinceramente.

Em contrapartida, quantas vezes vimos a defesa do Palmeiras praticamente entrar em seu próprio gol, em situações de cruzamentos e lançamentos para a área, anulando qualquer possibilidade de impedimento do time adversário? Os bizarros e parecidos gols de Grêmio e Fluminense me lembram que não foram poucas vezes.

Para quem sempre defendeu o Luxemburgo por seu trabalho como técnico dentro das 4 linhas, estas constatações são decepcionantes.

Um time em que cobra falta ou escanteio o jogador que se apresentar na hora; cuja defesa deixa o time adversário sempre em condições de fazer o gol, por não fazer uma simples linha de impedimento; que não tem sequer uma jogada ensaiada funcional; assim sendo, não dá para se considerar como um time bem treinado.

Freakshow no plim-plim

Continuando o rewind da semana tenebrosa, chegamos à cereja do bolo. Luxemburgo comentando o jogo do próprio time na Globo, na última quarta-feira.

Ao longo de 15 anos, após as nossas glórias de 1993, 94 e 96 com o "professor", aprendi a fazer um exercício como torcedor de um time dirigido por ele: tapar os ouvidos para suas entrevistas.

O número de asneiras proferidas a cada uma de suas entrevistas é astronômico. Sempre achei que fosse por uma certa deficiência de intelecto. Mas pior do que isso, é uma pessoa assim querer passar sermão nos outros.

A mim, custou anos para perceber que Vanderlei Luxemburgo faz de suas aparições e declarações componentes de seu trabalho. Já vimos diversas vezes ele jogar ao vento declarações dizendo "A" para atingir um determinado objetivo "B". Ou fazer o inverso: pinçar declarações de alguém de fora para provocar uma determinada reação em seus jogadores.

Honestamente, via isso como uma mínima parte de seu trabalho. Um complemento, talvez. Mas hoje me questiono se ele não congelou no tempo e ficou apenas nisso...

No trabalho técnico, dentro de campo, ele está devendo.

E na parte do seu showzinho particular, pisou na bola. Na verdade, pisou na bosta, escorregou, se espatifou no chão e ainda saiu sujo.

Admito que, quando o Palmeiras entrou em campo na Sulamericana, já não esperava nada por diversos motivos. (O time reserva já é fraco tecnicamente. Desmotivado, então, minhas perspectivas de vitória eram nulas.) Assim, nem mesmo os dois gols do adversário me causaram irritação.

Mas ver o técnico de seu time rindo, falando calmamente, inabalável, enquanto seus jogadores estavam fazendo uma apresentação medíocre e parte de seu trabalho estava sendo comprometido (afinal, o time estava sendo eliminado da competição), isso sim me deixou irritado.

Essa aparição non-sense na Globo, o contrasenso de condenar publicamento Marcos (justamente por lavar de roupa suja em público), a perda do controle da situação e o desconforto evidente com o comportamento do goleiro ontem (ironizando o termo "São Marcos") me fazem questionar seu trabalho.

Acho que Luxemburgo perdeu a mão. Perdeu o controle da situação. E, o mais preocupante ainda, perdeu a noção do quanto é importante simplesmente TREINAR um time.

O velho Vanderlei Luxemburgo estaria hoje com sangue nos olhos, com toda esta situação. Estaria louco para calar a todos, esfregando em suas caras um título inesperado e que seria histórico.

O pior de tudo é acreditar que com 4 vitória podemos ser campeões. Pior porque, mesmo ainda sendo possível, o "professor" já não mostra mais a mesma gana de provar seu valor. E assim, o possível se torna praticamente impossível.

27 de out. de 2008

10 motivos pelos quais o Palmeiras será campeão

Depois do baque que levamos no último jogo, tanto pelo resultado quanto pela falta de futebol, nossos erros e fraquezas ficaram expostos a todos.

É normal o tom apocalíptico adotado pela imprensinha. O duro é ver palmeirenses entregando os pontos a esta altura do campeonato e do ano. Poucos se deram conta, no entanto, de que jogamos sem 4 jogadores importantes, 2 dos quais considero fazerem parte da nossa espinha dorsal.

Abaixo, listo 10 motivos que explicam ao palmeirense desanimado porque seremos campeões do Brasileirão 2008.

Motivo 1: O Gaymiover

Dos 5 primeiros colocados, o Grêmio é o time mais fraco tecnicamente. Tem jogadores ditos refugos, como Paulo Sérgio, Tcheco e Souza, sendo os dois últimos as "esperanças de criatividade" do time gaúcho.

Além disso, seu técnico é nada mais, nada menos, do que o senhor Celso Roth, que quando passou por aqui ganhou o carinhoso apelido de Burroth, por suas escolhas no mínimo questionáveis e seu estilo covarde na hora de decidir.

Apesar de ter 4 pontos a mais que nós momentaneamente, é um dos concorrentes, ao lado do São Paulo, que tem 4 jogos fora de casa (sendo 2 em rodadas seguidas), das 7 partidas que faltam.

Para finalizar, eles ainda terão que nos fazer uma visitinha no Palestra Itália.

Motivo 2: O S.P.F.W.

A imprensinha insiste no discurso de que o "São Paulo é um time de chegada". E muita gente compra a idéia, sem nem pensar ou questionar sobre.

Nos últimos anos, o São Paulo colecionou uma série de pipocadas justamente na hora de decidir, mas parece que a memória de muita gente é curta. Para refrescar a memória dos esquecidos, segue uma breve lista de derrotas bambis na "hora da chegada".

  • Eliminado da Libertadores pelo Fluminense (2008)
  • Eliminado do Paulista pelo Palmeiras (2008)
  • Eliminado da Libertadores pelo Grêmio (2007)
  • Eliminado do Paulista pelo poderoso São Caetano (2007)
  • Eliminado da Libertadores pelo Inter (2006)
  • Eliminado da Libertadores pelo poderoso Once Caldas (2004)

A prova mais recente de que essa força bambi, entoada pela mídia diariamente como um mantra não passa de história da carochinha, é que na hora de DECIDIR, quando teve uma vitória garantida contra nós (vantagem de 2 x 0 até os 30" do segundo tempo), abriu as pernas, não agüentou nossa força e cedeu o empate.

Além do mais, o time atual do São Paulo é o mais fraco tecnicamente dos últimos anos, e é inferior tecnicamente a Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo.

Falam tanto dos nossos resultados "decepcionantes", mas os bambis somam vários destes resultados, aliás muito parecidos com alguns dos nossos mais criticados. Perderam de 3 para o Fluminense no Rio, empataram em casa com Ipatinga e Coritiba, não conseguiu ganhar do Figueirense em Florianópolis, perdeu para o Náutico fora, e por aí vai.

Para os mais supersticiosos, mais um alento. Historicamente, o Palmeiras sempre foi campeão evitando que o SPFW fosse tricampeão de algum campeonato.

Motivo 3: O Cruzeiro

Pessoalmente, considero o Cruzeiro como o time mais próximo tecnicamente ao Palmeiras.

Poderia ser o nosso concorrente mais perigoso, se tivesse demonstrado ao longo do campeonato, em momentos-chave, que está com sede desse título.

Mas as derrotas que teve nos confrontos diretos em casa (inclusive contra o nosso time desfigurado) deixam o Cruzeiro com aspecto frágil, de quem não tem bala na agulha pra decidir na reta final.

Motivo 4: O Flamenguinho Pocotó

O Menguinho Pocotó em muito me lembra o Palmeiras de 2007. E, não à toa, tem o mesmo técnico que tínhamos no ano passado.

O estagiário Caio Millhouse Potter Júnior ainda está cru. Seu discurso nada ambicioso, sempre colocando a Libertadores como possibilidade de recompensa, acaba enfiando na cabeça de seus jogadores de que a Libertadores é a meta, e o título seria o bônus. Com essa mentalidade, time nenhum chegará ao título esse ano.

Além disso, o Flamengo refugou feio em vários momentos ao longo do campeonato (série de derrotas que os fez perder a liderança e a derrota acachapante em casa contra o Atlético-MG).

O Flamengo é 8 ou 80. E como o Caio Jr se contenta com 40, isso deixa os mulambos mais próximos do 8 do que do 80. Um tropeço contra o Cruzeiro (jogo que será em Minas Gerais) ou contra nós (jogo no Rio), e é capaz do Morro do Boréu inteiro descer pra soltar umas bombas e sitiar a Gávea.

Motivo 5: O Palmeiras 2008

Palmeirenses desesperados, ou contaminados pelos discursos manjados da imprensinha ("São Paulo é time de chegada", "fantasma do Palestra", "tabu de títulos", etc.), e a própria imprensa em vários momentos decretaram o fracasso do Palmeiras ao longo de 2008.

O nosso mundo acabou várias vezes esse ano. No Paulista, repetidamente, especialmente nas derrota de 3 x 0 para o Guaratinguetá e para os bambis, no 1º jogo da semifinal. No Brasileiro, as derrotas apocalípticas foram contra o Sport, em casa, e contra o Fluminense no Rio, ambas por 3 x 0.

A frase mais dita por derrotistas: "Time que quer ser campeão, não pode...". Time que quer ser campeão não pode perder para o Guaratinguetá por 3 x 0. Time que quer ser campeão não pode perder para o Sport em casa por 3 x 0. E assim vai, só mudando a variável do resultado.

O fato é que fomos campeões do Paulista, mesmo com os 3 x 0 para o Guaratinguetá. Aliás, digo mais: foi a partir das dúvidas e questionamentos que se plantaram a respeito da capacidade do elenco que os jogadores mostraram sua força.

As nossas maiores derrotas e decepções com o Palmeiras em 2008 foram justamente nos momentos em que nosso time estava sentado no altar da auto-confiança, beirando o salto-alto.

E o Palmeiras 2008, quando questionado, pressionado, duvidado, respondeu à altura das nossas tradições.

Motivo 6: O Palmeiras na História

Quantas vezes, ao longo da nossa gloriosa História, não vimos o Palmeiras ser surpreendido em casa por times pequenos? Inter de Limeira, Ceará, Asa de Arapiraca, Ipatinga, etc.

E quantas páginas de glórias, desta mesma História, não escrevemos em batalhas memoráveis derrubando outros times grandes?

Já é mais do que acaso, superstição ou tradição. É um perfil. O Palmeiras responde quando cutucado. Mostra seu tamanho quando o embate é parelho, quando pega algum time de porte parecido com o seu.

E dos jogos que nos restam, o único time que pode ser classificado como pequeno é o Ipatinga.

Motivo 7: Os pontos necessários para o título

O Campeonato Brasileiro atual é o mais disputado da era dos pontos corridos. Em nenhuma outra edição, houve 5 equipes disputando diretamente o título até esta altura do campeonato.

Isto tem um reflexo direto nos números. Por ser tão equilibrado, o aproveitamento do 1º colocado é mais baixo do que foi nos anos anteriores: 63%. Projetando este aproveitamento para o final do campeonato, chegamos ao número mágico de 72 pontos para sermos Campeões Brasileiros.

Para chegar lá, precisamos de 17 pontos em 7 jogos. Nenhuma façanha de 7 vitórias em 7 jogos é necessária. Precisamos de 5 vitórias e 2 empates, ou de 6 vitórias (com 1 derrota como margem de cagada).

Convenhamos, nada impossível para o time que almejar ser o Campeão Brasileiro de 2008.

Motivo 8: Confrontos diretos

Este tem muito a ver com o 6º motivo citado anteriormente. Dos 7 jogos restantes, temos 2 confrontos diretos, sendo um jogo em casa e outro fora.

Temos em nossas mãos a chance do título. Está a nosso alcance a taça, e só depende de nós irmos buscá-la.

O mais positivo aqui é que, outra vez, não precisamos de façanhas. Precisamos simplesmente demonstrar se merecemos o título ou não.

Vencer o Grêmio em casa, justamente nas condições que o Palmeiras sabe se impor, num confronto de gigantes decidindo um título, pode ser difícil mas é um resultado absolutamente palpável e natural. Empatar com o Flamengo fora de casa (considerando que temos margem para 2 empates e 5 vitórias), da mesma maneira.

Motivo 9: Nosso diferencial tem nome

Temos um diferencial que fica no banco de reservas. Não, não é o Jorge Preá, nem o Denílson.

Podem falar o que quiser, mas mesmo os desafetos do Luxemburgo não questionam a sua capacidade profissional.

Ele tem uma trajetória vitoriosa no futebol, que se demonstrou especialmente mais estável e confiável nos campeonatos disputados por pontos corridos.

Mesmo assim, já escreveu no Palmeiras capítulos de títulos e vitórias em campeonatos disputados com fases em mata-mata. Quem não se lembra das finalíssimas contra nossos fregueses fiéis, no Paulista e no Rio-SP de 1993, além do Brasileiro de 1994? Ou mesmo do título Brasileiro de 1993 (também decidido com jogos mata-mata)? Ou mais recentemente, do Paulista de 2008?

É difícil dizer a especialidade do Luxemburgo. Prefiro reconhecer sua competência em saber levar um time ao título e ser campeão.

Motivo 10: Jogos que marcam uma campanha

Ao contrário de outros times, o Palmeiras não tem costume de ser campeão com títulos que caem no seu colo. Talvez, exatamente por isso, temos uma História tão gloriosa.

E não há como fugir do óbvio aqui: especialmente neste Brasileiro, será campeão o time que merecer o título. (Exceto no caso esdrúxulo de algum erro de arbitragem ou pilantragem que decida o campeonato.)

Está tudo tão equilibrado que, quem vacilar na hora do "vamo vê", não terá merecido ser campeão.

Temos toda a certeza que nossos 4 concorrentes não nos darão o título de bandeja. Que se o quisermos, teremos que ir buscar. Portanto, se quisermos ser Campeões Brasileiros de 2008, teremos que escrever mais uma página de glória para ser lida e relida no futuro.

Quando tomamos porrada no Paulista, nos momentos de decisão, tivemos uma trajetória especial, com jogos marcantes. Negativamente, o jogo que marcou a mudança foi a já citada derrota para o Guaratinguetá. E pelo lado positivo, a nossa grande vitória foi contra os bambis na segunda partida semifinal.

Neste Brasileiro, tivemos a explêndida recuperação de um 2 x 0 para 2 x 2, novamente contra o SPFW; tivemos também a vitória apertada (e merecida) contra o Cruzeiro em MG, com nosso time desfigurado. Mas mesmo assim, não creio que estes serão os jogos que ficarão para a História.

Se quisermos ser campeões, o jogo contra o Fluminense deve ser o ponto de partida para o sprint rumo ao título. Deve ser o que foi o jogo contra o Guaratinguetá no Paulista.

Se quisermos ser campeões, temos 7 páginas em branco para escrever jogos memoráveis. Contra Grêmio e Flamengo, podem ser épicos. Podem ser os jogos que nos farão merecedores do título.

19 de out. de 2008

O cheiro não era de gás

Sou absolutamente contra julgamentos sobre quem é mais ou menos palmeirense, por torcer de casa, do radinho ou do estádio. E isso que escrevo nada tem a ver com isso.

Mas tem coisas, como algumas que ocorreram no jogo de hoje, que só mesmo estando no Palestra para sentir.

Depois do jogo, fiquei imaginando quais teriam sido minhas reações a cada um dos polêmicos lances do jogaço, se eu estivesse no conforto do sofá de casa.

Teria ficado emputecido com cada um dos erros individuais, que deram de presente gols ao adversário. Indignado com erros de passe injustificáveis. Louco com cobranças de falta mal-sucedidas. Devastado com o final de um 1º tempo em que jogamos melhor, mas saímos derrotados por 2 a 0.

Todos estes teriam sido sentimentos e impressões legítimas, mas frias, que provocariam maximamente alguns xingamentos, contorções no confortável sofá, mas tudo no calor de uma sala aconchegante ou no calor humano de um bar com os amigos. E eu não teria vivido certas emoções, as quais contarei para meus filhos e netos.

Acontece que hoje, no Palestra Itália, fui presenteado com o que de mais inebriante e inexplicável só o futebol e o Palmeiras proporcionam.

Entrei no estádio com pelo menos duas horas de antecedência, para garantir o mesmo lugar de onde vi aquela épica vitória nas semifinais do Paulista, sobre o mesmo adversário. Superstição? Magina... mas não custava nada.

Logo de cara, a primeira surpresa desagradável. Enquanto as arquibancadas se enchiam, naquela maré alviverde que subia preenchendo os melhores espaços, vejo um velho colega dos tempos de colégio, com o qual perdi contato há mais de 10 anos. O fator desagradável é que este ex-companheiro sempre foi sãopaulino. E dos mais típicos.

Quando o vi, num primeiro momento fiquei puto, me sentindo absolutamente revoltado com tamanha ousadia. Fiquei na dúvida entre cumprimentá-lo ou ignorá-lo, entre ser irônico ou ser filho da puta.

Meu senso de civilidade e de responsabilidade me fez ficar calado, e tive que tolerar aquela presença invasora em silêncio e em segredo. Caso contrário, um ato irresposável de delação da minha parte poderia causar uma pequena tragédia.

Enfim, creio que o próprio tenha refletido algo parecido com relação à sua ousadia, e ambos fingimos que não nos vimos. Não nos cumprimentamos, desviamos o olhar contrangedoramente e ele foi sentar-se o mais distante possível dali. Mas não foi longe o suficiente.

De onde eu estava, fiquei fiscalizando o comportamento do invasor os 90 minutos. Com uma ponta de raiva com a audácia da invasão, mas com uma satisfação tremenda por enxergar em sua expressão facial uma verdadeira humilhação, a cada lance em que tinha que engolir calado suas reações ao jogo, e ainda travestir-se de algo que não era.

Como já disse anteriormente, tratava-se de um sãopaulino típico. Assim, talvez travestir-se não tenha sido tão humilhante para ele.

Ainda neste episódio do invasor, foi irritante vê-lo a todo momento tentando se esquivar da minha vigilância, talvez com receio de a qualquer segundo eu denunciá-lo. Foi hilariante vê-lo gritando "Rogééééério, viaaaado". Foi enojante ver seu sorrisinho absolutamente contido, e reservado a 0,1 mm de canto de boca, quando o 1º tempo acabou com 2 a 0 a favor de seu time.

Mas foi um verdadeiro deleite observar a mudança na sua expressão quando saiu o nosso primeiro gol. Embora o invasor estivesse cercado pela massa verde desde o início, o resultado favorável provavelmente lhe deu uma falsa sensação de conforto. Ver sumir aquele sorrisinho escondido, contendo a mais repulsiva arrogância sãopaulina. Ver a cara de atrevimento virar semblante de terror.

Do sorrisinho arrogante ao semblante de terror. Foi assim que evoluiu a expressão do invasor vigiado, quando o Palmeiras fez o primeiro. Terror, porque foi naquele momento em que ele claramente percebeu que não estava em casa. O Palestra Itália pegou fogo, inflamou-se. E o invasor se borrou.

Aquele era o termômetro do jogo. Um termômetro preciso demais, aliás. E sem a menor pretensão de profetizar, no momento da falta em que sairia o nosso segundo gol, "eu já sabia".

Da arrogância ao terror em 2 ou 3 minutos. Da euforia ao silêncio fúnebre. Isto do lado do invasor, claro.

Do nosso lado, do lado de quem manda no pedaço, dos donos da casa, da torcida que canta e vibra, e do estádio que pulsa, este foi um dos jogos mais significantes deste campeonato. Não pelo resultado, óbvio. Afinal, futebol por futebol, a vitória seria nossa por merecimento. Mas pela forma poética ou épica de escrever mais um capítulo da nossa trajetório rumo ao título.

Os 25 mil palmeirenses tiveram a alegria de ver calar-se o setor lilás do estádio, após 15 minutos de intervalo bailando em sua doce ilusão arrogante. Tive o mesmo prazer, talvez um pouco mais personalizado, em razão do invasor. O prazer de apertar o botãozinho do "LIGA" da arrogância bambi e fazê-la desmoronar em tão pouco tempo foi inenarrável.

Se tivesse assistido ao jogo de casa, eu não teria vivido nada disso. E provavelmente não teria tantos ingredientes para achar este 1 ponto e o empate tão saborosos. Especialmente saborosos por mantê-los em seu devido lugar: abaixo de nós.

Se tivesse assistido ao jogo de casa, talvez eu não tivesse valorizado tanto o esforço desses caras que honraram a camisa do Palmeiras, que conseguiram empatar um jogo "daqueles". Este jogo tinha tudo para ser um jogo "daqueles", que quando tínhamos Bonamigo, Marcelo Villar e coisas do gênero, poderíamos ficar martelando por 300 minutos, a bola bateria na trave, na linha, e não balançaria as redes inimigas nem com mais 20 de acréscimos.

Expulsões, pênalti contra, falhas individuais decisivas, terminar um tempo perdendo do 2 a 0. Todos os quesitos para deixar qualquer palmeirense bicudo e com sua veia corneta pulsando a mil.

Mas que nada. Hoje, no Palestra, pintou um cheiro no ar, e não era de gás, nem de pimenta. Era cheiro de campeão.

11 de set. de 2008

Do setor Visa para a Arena Palestra Itália

Vi no blog La Nostra Casa, dedicado à transformação do Palestra em Arena, uma sugestão do pessoal em reunir sugestões e idéias a respeito do novo estádio construído e reformulado em parceria com a WTorre.

Aqui vai uma sugestão nada brilhante, técnica ou revolucionária, de um dos aspectos mais básicos do estádio (futura Arena), mas que bem provavelmente seria um calo no sapato de qualquer engenheiro ou arquiteto.

Tive minha primeira experiência no debatido setor Visa no fatídico jogo contra o Sport (0 x 3) pelo 2º turno do Brasileirão 2008. E pelo que pude observar e tirar a prova eu mesmo, há alguns "poréns" a serem levantados a respeito da conveniência, do conforto e da visibilidade.

1. A Conveniência

O conforto de pode comprar ingressos pela internet, com meses de antecedência, sem pegar filas, sem ter que enfrentar chuva, sol, cambistas, desgostos de desorganização e afins, não tem preço e é imprescindível para todos os lugares e setores da futura Arena. Acho que isso é lugar comum, o óbvio do óbvio, e o mínimo que se espera. Qualquer coisa diferente disso pode ser decepcionante.

2. O Conforto

Sempre fui, e continuo sendo, a favor do setor Visa e da modernidade. Mas nessa minha primeira ida tive algumas decepções. Pessoais, no caso, mas que certamente se aplicam a centenas ou milhares de outros torcedores, mas a 100% do público quando falamos em estádio moderno, nos padrões Fifa.

  • Medidas mínimas: a Fifa tem determinações sobre características primordiais para estádios que abrigarão seus eventos. E devemos segui-las não porque a Fifa determina, mas porque estas regras prezam pelo mínimo conforto e comodidade que se espera em qualquer lugar do mundo. Coisas como, por exemplo, a largura mínima de cada assento, espaço mínimo entre o assento de uma fileira para as outras, assento retrátil para facilitar o fluxo de pessoas nas fileiras, etc.

    No setor Visa, o que pude presenciar foi que não há espaço algum para caminhar em uma determinada fileira, até o seu assento, caso os assentos no caminho já estejam ocupados por outros torcedores. No português bem claro, se houver pessoas sentadas na sua fileira, você só conseguirá chegar até seu lugar pisoteando os torcedores ou praticando "caminhada com obstáculo de joelhos alheios".

    A sugestão aqui é óbvia: que os assentos da Arena sejam retráteis ou que haja o mínimo de espaço para circulação de pessoas nas fileiras, mesmo com os assentos já ocupados.

  • Conforto e comodidade: certamente por conseqüência do problema citado acima, minha nota para o conforto e a comodidade das cadeiras do setor Visa fica na nota mínima para passar de ano: 5,0.

    O que ocorre é que para uma pessoa com mais de 1,90m (acredito que quem tem pelo menos 1,80m já passa a ser afetado), não existe espaço nenhum entre seu joelho e a cadeira da fileira da frente. Nenhum MESMO. Fiquei com o joelho encravado, pressionando o encosto da cadeira da frente, sem poder me mover durante os 90 minutos de jogo. Pior do que qualquer viagem de avião em classe econômica.

    Em contrapartida, eu que não sou nada pequeno também na "largura" me surpreendi com o confortável espaço dedicado a cada assento. Talvez, se houvesse braços separando os assentos ficaria apertado para os mais gordinhos, mas da forma como está no setor Visa (apenas os assentos, sem suportes de braço) está surpreendentemente confortável.

    A sugestão: que a largura dos assentos permaneça a mesma utilizada no setor Visa, e que de preferência não sejam instalados suportes de braço, separando o espaço entre um assento e outro. Estes suportes podem reduzir o espaço e o conforto. E digo isso por experiência própria.

3. A Visibilidade

O Palestra não é a casa dos bambis. Mas para quem freqüenta o estádio há décadas, a novela do SENTA / LEVANTA é quase que uma tradição. No setor Visa, isso se agravou e criou-se toda uma polêmica devido ao perfil das pessoas que freqüentam ali.

Ocorre daqueles que freqüentavam a antiga arquibancada no concreto, no mesmíssimo lugar do Visa atual, há os que curtem a festa, a cantoria da torcida e assistiam o jogo inteiro em pé naturalmente, e há os que vão para ver a partida e querem ter o direito de fazê-lo sentados, acompanhando o jogo.

Agora, quem levanta para cantar e gritar é gentilmente convidado a gritos a se sentar. E os que permanecem sentados ficaram marcados como torcedores de braços-cruzados, amendoins, etc. Desnecessaríssima essa desunião e o racha, mas enfim, é o que venho constatando.

Os engenheiros, arquitetos, idealizadores e todos os envolvidos no projeto da nova Arena certamente rirão (ou chorarão se levarem a sério a sugestão). Mas o fato é que os degraus (níveis de fileiras) do Palestra Itália não são íngremes o suficiente a ponto de permitir que o cidadão de uma fileira permaneça sentado e mantenha boa visibilidade do gramado enquanto o torcedor da fileira adiante se levante, se assim desejar.

E a sugestão seria: fazer com que os degraus do estádio sejam mais íngrimes e aumentem a visibilidade do torcedor. Desta maneira, seria possível respeitar a vontade daqueles que querem permanecer sentados os 90 minutos e daqueles que querem cantar em pé o jogo todo, sem prejudicar o direito de ninguém.

Não sugiro isso baseado num "sonho de uma noite de verão". Sugiro baseado numa experiência real, de um jogo que pude assistir num dos estádios mais modernos do mundo, o Santiago Bernabéu, do Real Madrid.

Na ocasião, fiquei num dos anéis superiores, zona central bem no meio do gramado. E tive exatamente esta experiência, de mesmo sentado permanecer com uma visibilidade bem razoável do gramado, inclusive quando as fileiras se levantavam.

As fileiras são BEEEEEEEM mais íngrimes que as do Palestra Itália, e isso faz a diferença. Só não sei se este ângulo maior era só no anel superior ou no estádio todo.

Se não me engano, e pelo pouco que ouvi de detalhes sobre o projeto, parece que a característica de jardim suspenso do Palestra será perdida. Ou seja, o gramado poderia ficar no nível do chão do fosso, e naturalmente o ângulo dos degraus da arquibancada teria que ser aumentado.

Já que haverá uma obra e um investimento gigantescos neste processo de transformação, não custa levar todos os detalhes em consideração.

Fica aí minha sugestão.

28 de ago. de 2008

O robô e o poeta

É incrível o número de depoimentos que vejo de jovens palmeirenses consagrando o PVC como "o melhor jornalista esportivo do Brasil".

Pode ser um julgamento equivocado da minha parte, mas acho que a maioria destes o considera fenomenal pela sua capacidade invejável de armazenamento de dados, pelo costumeiro vômito de dados sem muito nexo, pela inegável (será?) memória de jogos de séculos atrás.

Para essa geração que fica estupefata com a astúcia da calculadora (científica, ou não) da imprensa brasileira, lanço aqui uma questão.

Segunda à noite, no programa "Linha de Passe" da ESPN Brasil, durante momento de abertura em que todos os jornalistas faziam seu balanço das Olimpíadas, o próprio PVC admitiu que não é exatamente um jornalista esportivo, mas sim um jornalista "de futebol".

O folclórico e circense Roberto Avallone, vírgula, reticências, EXCLAMAÇÃO!!!, nunca foi muito levado a sério como jornalista esportivo a partir dos anos 90 por suas famosas digressões e flashbacks de memória.

Na minha modesta opinião, o que difere os dados do PVC com os surtos nostálgicos que o Avallone tinha é que as informações do primeiro estão todas arquivadas e armazenadas em seu computador pessoal, enquanto o arquivo de lembranças do Avallone vem direto da cachola.

Não há demérito algum em ter todas as informações organizadas num banco de dados, muito pelo contrário, há um grande mérito. Principalmente se você for um estatístico ou um pesquisador.

O problema no caso do PVC, ao meu ver como expectador palmeirense, é que seus comentários baseados em estatísticas são rasos. Não vão além dos dados (alguns bizarros e insignificantes), e seu conteúdo jornalístico é questionável, bem como sua capacidade de demonstrar algum envolvimento emocional com o esporte que admite publicamente ser a sua paixão.

"Há 12 anos, o XV de Piriri não vencia o Garanhunzense de virada, com três gols de cabeça, em noites de lua crescente."

E aí, me dou o direito de perguntar: como um jornalista DE FUTEBOL, de algum renome, e palmeirense deixa passar em branco em seu blog o aniversário do Palmeiras?

O PVC nunca foi cronista, ok. Se auto-denomina jornalista. Mas pelo teor de seu blog no dia do aniversário do (assim dito) seu clube de coração, tudo que ele almeja é ser um repórter que dá furos sobre negociações e vendas de jogadores.

O gozado é que os dados que o PVC armazena, coisa que qualquer 386 fazia e ainda é capaz de fazer, dá a ele o título de conhecedor profundo de táticas e estratégias do futebol. Se ele disser que São Marcos anda jogando de lateral esquerdo, muitos vão acreditar e ainda achá-lo fodão por ter enxergado isso.

Em contrapartida ao PVC, cito Mauro Betting. Também assumidamente um jornalista mais "de futebol" do que "de esportes", também palmeirense, também reconhecido por nós alviverdes, mas com um diferencial: ele não considera demérito ou antiético se declarar palmeirense, e nem por isso torna-se um jornalista parcial.

E mais: o Mauro não tem vergonha alguma, nem a aversão muitas vezes mostrada por PVC, de demonstrar seu amor pelo Palmeiras.

"Jornalismo, jornalismo. Crônicas à parte."

O robô PVC sempre demonstra uma certa ojeriza a declarar sua preferência. Dá pra contar nos dedos as vezes em que se pôde notar alguma gota de emoção nas palavras escritas ou faladas dele. Parece que, para ele, reconhecer seu amor pelo clube de coração o torna menos robô, menos "certinho", menos profissional.

Humildemente, indico ao PVC uma leitura imperdível. De um texto que muitos palmeirenses já leram há dois dias atrás, mas vale a lembrança.

POR MAURO BETTING

Não é um texto novo. Não está à altura do homenageado.

Mas como estar à altura do aniversariante?

Como definir o que é o amor?

Não vou usar aquelas imagens que não sei descrever de um pôr-do-sol ao lado da pessoa amada, de uma lua cheia com a namorada, de uma tarde no parque com os filhos.

Mas posso lembrar de um fim de tarde no Palestra, quando ganhamos do Taquaritinga por 5 a 1, em 1983, e mal vi o último gol porque o Sol não deixava ninguém ver na arquibancada.

Posso falar da lua de 12 de junho de 1993, Dia dos Namorados.

Posso recordar da primeira tarde no Palestra Itália com os meus filhos.

Posso falar qualquer coisa, que qualquer coisa fala de Palmeiras para mim.

Mas não posso escrever qualquer coisa para o Palmeiras, que qualquer coisa não é o Palmeiras.

Palmeiras é o meu primeiro amor.

A família a gente nasce amando, a mulher e os filhos a gente cresce amando, os amigos a gente escolhe.

Mas o Palmeiras nos escolhe e nos acolhe.

O Palmeiras é companheiro, nos faz cúmplices, nos junta e nos une. Você não me conhece.

Eu não te conheço.

Mas nós conhecemos o Palmeiras.

Nós somos palmeirenses.

Estamos apresentados, representados.

Não precisamos lembrar que somos "campeões do século 20" (pelos rankings da Federação Paulista, jornais "O Estado de S.Paulo" e "Folha de S.Paulo", e pela revista "Placar") - ops, fomos cabotinos, perdão.

Não precisamos cantar vitória e contar canecos.

Precisamos apenas encher o peito e vestir verde.

Não somos mais. Não somos menos.

Somos Palmeiras.

Basta.

Viu?

Falei e escrevi e ainda não disse nada.

Falar de tudo que é o Palmeiras é ainda dizer nada a respeito de tudo.

Poderia escrever Ademir da Guia e bastaria.

Ministrinho, Heitor, Junqueira, Romeu Pellicciari, Waldemar Fiume, Oberdan, Villadoniga, Jair Rosa Pinto, Mazola, Julinho Botelho, Djalma Santos, Valdir de Moraes, Geraldo Scotto, Dudu, César, Leão, Luís Pereira, Leivinha, Jorginho Putinatti, Vagner Bacharel, César Sampaio, Evair, Zinho, Edmundo, Rivaldo, Marcos, Roberto Carlos, Antonio Carlos, Alex, Vagner Love, Valdivia.

Tantos nomes que esqueci, tantos nomes que não citei.

E, mais que todos, mais que tudo, você. Eu. Nós.

Porque o Palmeiras é dos palmeirenses.

Dos torcedores, mais que dos sócios, dos cartolas, dos chefões. Da oposição que não se opõe à situação, mas ao Palmeiras.

Também por se opor à nova Arena em questões que o mesmo grupo havia apoiado quando (des)mandava no clube.

Mas não é tempo para esse tópico fundamental para o futuro do tamanho do presente que é o Palmeiras para os palestrinos.

Vou parar por aqui, sem dizer coisa com coisa.

Mas não fico triste, não.

Nem um Ademir da Guia das palavras conseguiria dizer ao Palmeiras o que o Palmeiras nos diz.

Parabéns pelos 94 anos de vida, Palestra.

Obrigado pelos meus 41 anos de Palmeiras.

Cada um tem seu conceito de jornalismo. Cada um tem o seu conceito de melhor. Cada um tem o seu conceito de palmeirense. E, para mim, não existe palmeirense frio com o Palmeiras.

Por isso, disparadamente entre o poeta e o robô, eu fico com o poeta.

26 de ago. de 2008

94 anos

Às 10h30 de hoje, fiz uma rápida visita aos maiores sites de esportes do país, buscando matérias e textos para inspiração e informação sobre os 94 anos de vida da Sociedade Esportiva Palmeiras. Tolinho... Qual não foi minha surpresa ao descobrir que nenhum dos ditos portais fazia menção à data comemorativa, nem em sua homepage (página inicial), nem na seção dedicada ao clube.

Surpresa nenhuma, na verdade, pois há 94 anos quem engrandece o Palmeiras são os palmeirenses.

Não sou da turma que nos considera perseguidos por tudo e por todos, mas sei que certamente o Palmeiras nunca foi o queridinho da imprensa nem da opinião pública. Graças a Deus.

E mesmo assim, o que era uma paixão à italiana pelo time da colônia, ao longo dos anos espalhou-se país afora. O palmeirense do Nordeste, ou do Paraná, ou do Mato Grosso, ou do Amazonas, todos parecem ter herdado o fanatismo e a forma sempre apaixonada quando falam do próprio time. O Palmeiras sabe ser brasileiro e os palmeirenses brasileiros agregaram como que por osmose o sangue tifosi italiano.

Se nunca fomos os queridinhos da opinião pública, durante a Segunda Guerra Mundial, a partir do momento em que o Brasil declarou guerra à Itália e às outras nações do Eixo, imaginem o que se passou.

Um projeto nacionalista da ditadura de Getúlio Vargas criou uma série de regulamentações desportivas, obrigado os clubes como o Palmeiras a expulsarem dirigentes e sócios extrangeiros, em especial aqueles ligados aos países do Eixo como a Itália. Passaram a ser rotulados pela imprensa como “súditos do Eixo”. Nesta época, o Palestra Itália precisava de permissão oficial para jogar fora de São Paulo capital, especialmente no litoral, área considerada estratégica durante a Segunda Guerra.

O Palestra começou a buscar cada vez mais associados nascidos no Brasil e tinha que provar a todo custo, quase que diariamente, que sabia ser brasileiro. Até que ao final da Guerra e o conseqüente fim da paranóia xenófoba, já como Sociedade Esportiva Palmeiras, os italianos puderam voltar ao clube.

Essa mistura de futebol e paixão, de Brasil e Itália, de ser perseguido e ao mesmo tempo amado, só colocou ainda mais tempero na nossa gloriosa história de 94 anos.

A ponto de em 22 de julho de 1951, diante de mais de cem mil torcedores lotando o Maracanã e torcendo pelo time que sabia ser brasileiro, o Palmeiras se sagrou Campeão do Mundo com o empate no segundo jogo das finais contra a Juventus de Turim, por 2 a 2.

O Palmeiras ensinou os times rivais a jogar bola, com suas Academias. Teve craques calados, que balançaram a apaixonada nação alviverde, como Ademir da Guia, Alex, Rivaldo. Teve craques barulhentos, que incorporaram a raça e a paixão sem nunca se afastar do refinamento e da técnica, como Julinho Botelho, César Maluco, Edmundo, Djalminha. Teve maestros como Djalma Santos, Dudu, César Sampaio, Zinho. Ícones? Ídolos? Todos estes foram. Alguns se juntando à galeria de mitos também, como o matador Evair, São Marcos do Palestra Itália, e tantos outros.

Com 60 anos de vida, o Palmeiras já se sagrava o maior e mais vencedor time no país do futebol. Com 80 anos, fechamos o século XX simplesmente como os campeões dele.

Hoje, completando 94 anos, às vésperas de um episódio histórico no clube, que será a construção da nossa nova casa, e a caminho do centenário, o Palmeiras segue crescendo, e o palmeirense segue fanático e passional. Segue dando bicos da quina da mesa quando seu Palmeiras perde um gol feito, segue declarando amor pelo mesmo jogador que perdeu o gol quando ele o converte. E assim será para sempre.

O Palmeiras, crescendo exclusivamente pelos próprios méritos, escreve a cada dia a mais bela e gloriosa história do futebol brasileiro. Parabéns a você, Palmeiras, a todos nós, e a nossos pais, avós, bisavós, todos que nos fizeram chegar aos 94 anos com a pujança de um jovem gigante.

Agradecimento: à sãopaulina Renata (uma das poucas bambis sãs que conheço) por ceder esta foto histórica.

11 de jul. de 2008

Futebol versão 2.0: alguns palmos além do nariz...

Sim, há todo um mundo além do que conseguimos enxergar.

É normal esperarmos do Palmeiras o máximo, o ideal, a perfeição. "Esperar" é normal. "Desejar" é normal. Mas não saber distinguir a diferença do desejável e do possível é um convite a tornar-se um torcedor frustrado, quando não é pura e simplesmente uma cegueira futebolística.

Os mesmos que chamam o Valdivia de "comum", são os que exigem a perfeição. E aí começa a incoerência (ou no mínimo, sendo bem educado, desconhecimento de um pouco de História do próprio time).

O time mais próximo da perfeição que podemos ter como referência nos últimos tempos foi o Palmeitas Campeão Paulista de 1996. (Certamente, se o Palmeiras de hoje fizesse exatamente a mesma coisa, a imprensa e esses torcedores "exigentes" desmereceriam o feito desqualificando os times com os quais jogamos.)

Aproveitamento de campeão no Brasileiro

Hoje, o Flamengo tem 76,6% de aproveitamento dos pontos no Brasileiro. Aproveitamento bem superior ao de TODOS OS CAMPEÕES nessa volta dos pontos corridos ao Camp. Brasileiro em 2003. A média de aproveitamento de pontos obtidos pelo time campeão de 2003 a 2007 é de 67,3%, e o único time que saiu dessa faixa foi o Cruzeiro, logo que o sistema de pontos corridos entrou em vigor novamente, com 72,4% (e ainda assim pode-se atribuir essa discrepância à falta de costume das equipes com esse critério).

E daí?

E daí que o time do Flamengo hoje não se compara nem ao Cruzeiro de 2003, muito menos ao Palmeiras de 1996. E mesmo que se confirme como Campeão Brasileiro (coisa que particularmente não acredito), seu aproveitamento deve piorar cerca de 10%. E não com base em DESEJO, TORCIDA ou EXPECTATIVA. Mas com base nos NÚMEROS, no que acontece ano após ano.

Isso está além de um palmo do nariz de todos nós, mas só enxerga quem quer (ou consegue).

A grama do vizinho sempre é mais verde

Ainda pegando o time de 1996 como base, quantas vezes não ouvíamos estes torcedores "exigentes" xingar o Rivaldo, chamá-lo de lento, estabanado, instável. Até de pipoqueiro, quando eventualmente não jogava bem em algum jogo importante...?

Quantas vezes não ouvimos os "exigentes" xingarem o Alex de "Alexotan", de sonolento, de dorminhoco, acusavam de sumir no meio das partidas...?

Depois da cena do Marcos ser vaiado no Palestra Itália por uma meia-dúzia de "exigentes", de ver o Evair levar xingo em alguns jogos de 1999, de ver o Zinho ser desprezado por parte dos "exigentes"...?

Por que alguém de nós esperaria que caras como o Valdivia, o Diego Souza e outros do elenco atual fossem poupados pelos "exigentes"?

A grama do vizinho sempre é mais verde. Ou seja, sempre é mais bonito quando está com o outro. Quando perdemos. E não é assim só para os "exigentes", é assim também na seleção da CBF há anos. Quantas vezes não vemos algum jogador arrebentando aqui no Brasil, comendo a bola e decidindo jogos, e só é convocado quando está lá fora, longe dos nossos olhos?

Aquela ladainha do "só dá valor quando perde". E o pior é que a ladainha verdade!

Ter HOJE a perfeita dimensão de que o Valdivia está construindo uma história no Palmeiras é um privilégio ou daqueles que apóiam tudo e sempre (não é o meu caso) ou dos que conseguem olhar para o que ele faz hoje com a visão que olharemos para o passado daqui a alguns anos.

Antes de mais nada, analisando fria e tecnicamente o Valdivia, não acho que ele esteja no nível nem de Alex, nem de Rivaldo, está em outro patamar. (Pelo menos por enquanto.) Mas o tamanho da história que o cara escreve aqui no Palmeiras não se restringe apenas à condição técnica. No caso dele, vai depender e muito de quanto tempo mais ele vai permanecer no Palestra.

Valdivia

Não adianta gastarem dedos escrevendo, cervejas bebendo, nem horas de debate, seja na internet ou no bar. Esses conceitos "ídolo" e "craque" são absolutamente abstratos e pessoais. Eu não vou convencer ninguém de que o Valdivia é ou não é ídolo, nem que ele é ou não é craque. Isso está dentro de cada torcedor e de como cada um se relaciona com o presente do time do coração.

Mas questionar duas coisas que vou dizer a seguir me parece pura TRAJANICE (típico do José Trajano), aquela coisa de querer ser "exigente", de realmente ESPERAR que todo time do Palmeiras, ano a ano, jogue mais que aquele de 1996.

(Querer isso todo mundo quer! Até eu que sou mais bobo. Mas ter a expectativa de que isso de fato aconteça, repito, é correr um sério risco de se tornar um torcedor frustrado.)

1) A trajetória do Valdivia no Palmeiras: ele veio absolutamente sem nome nenhum para o Brasil. Exatamente como TODOS os estrangeiros que jogam hoje no país. O Perea do Grêmio, o Molina e os outros toscos do Santos, o Reasco nos bambis, e mais um monte que jogam a Série A. Porém, em menos de 2 anos, ele conseguiu ser reconhecido nacionalmente, ganhar a Bola de Prata da Placar como melhor meio-campo no ano passado (além de outros prêmios que chegaram elegê-lo como o melhor dos campeonatos Brasileiro 2007 e Paulista 2008). A imprensa gambá / bambi martelou, martelou e martelou pra deixar o Valdivia marcado como cai-cai. Era evidente que queriam deixar o cara na berlinda pra ser perseguido pelos árbitros. Com competência, o "traíra e mercenário" Luxemburgo identificou isso e o ajudou a evoluir nesse quesito. Conseguiu. Evoluiu nisso, evoluiu na finalização. Não consigo entender o que leva alguém a imaginar que essa evolução não vá continuar... Uma tendência só não se confirma se algo acontece para mudá-la.

2) A relação Valdivia x Palmeiras: o conceito de ídolo é obviamente pessoal e subjetivo, como já disse antes. E não tenho a pretensão de fazer a cabeça de ninguém. Mas pros "exigentes", que costumam cobrar que o cara seja bom não apenas dentro, mas fora de campo também, recomendo que assistam no YouTube à entrevista que o Valdivia deu no Chile, após ser Campeão Paulista, num programa que é uma espécie de Jô Soares de lá. Não só por esse programa, mas pelo que já conhecemos dele, fica nítido que o Valdivia é um jogador muito mais bem instruído do que 95% dos jogadores brasileiros. E pode ou não ter a ver com essa instrução, mas é notório também que O CHILENO TEM ABSOLUTA CONSCIÊNCIA DO QUE É O PALMEIRAS, do nosso tamanho e das nossas glórias, e até do que todos nós esperamos do time. Por tudo isso, e por ser estrangeiro e ter tido uma identificação tão forte fora de seu país, a todo momento o Valdivia trata o Palmeiras como SUA CASA, tem plena noção do que representa vestir nossa camisa, de como é bom PARA NÓS TORCEDORES triturar gambás e bambis.

O que vai ser a História do Valdivia no Palmeiras? Só depende de quanto tempo mais ele vai ficar. Mas o fato incontestável é que ele veio ainda na fase de vacas magras, soube o que é jogar sob pressão de ter que conquistar título, e teve sucesso.

Retomando o pensamento lá de cima: questionar estes dois pontos é TRAJANICE, cricrilagem gratuita, é querer ser mais realista que o rei.

Rumo à "perfeição"...

Não há nenhum mal em querer que o Palmeiras ganhe todas, "cumpra sua obrigação", não perca pontos bobos em casa e seja campeão invicto e com 100% de aproveitamento. Eu queria isso, aposto que todo palmeirense vivo também queria. Mas esperar isso acontecer, DE FATO, é tirar os pés do chão, se descolar da realidade, é virar um Calazans da vida e esperar que Pierre seja o Gérson, que o Valdivia seja Ademir da Guia, é ser um torcedor permanentemente frustrado!

Li e ouvi gente falando que o Palmeiras desperdiçou 7 pontos fáceis nesse Brasileiro já. (Nem questiono que pontos são esses, pois essa tese é muito frágil.) Vamos supor que o Palmeiras tivesse ganho estes supostos 7 pontos fáceis. Teríamos 25 pontos. E teríamos um aproveitamento de 83,3% dos pontos! Mesmo que tivéssemos, jamais chegaríamos ao final do Campeonato com esse aproveitamento, ainda que fôssemos campeões. Ou seja, mesmo que fôssemos campeões, necessariamente nosso rendimento cairia.

Quem garante que cairia? Os números.

Por que achar que o Palmeiras conseguiria mais do que os outros times conseguiram de 2003 a 2007 para serem campeões? Vou repetir um dado lá do começo: o campeão com melhor aproveitamento foi o Cruzeiro (2003), com 72,4%. E a média dos campeões dos pontos corridos é de 67,3%.

Por que estes "trajaninhos" e "exigentes" querem que um time recheado de jogadores "medianos e normais" como o Valdivia, "frouxos" como o Diego Souza, sem mencionar os reais cabeças de bagre, tenha um desempenho digno de Velloso, Cafu, Sandro, Cléber, Júnior, Flávio Conceição, Amaral, Djalminha, Rivaldo, Muller e Luizão?

Não seria incoerência esperar que um time "comum" tivesse um aproveitamento melhor do que um super-time? Seria e é INCOERÊNCIA.

Aos que consideram o Valdivia apenas mais um bom jogador, que acham que não ganharemos o Brasileiro, peço que nos brindem com uma dose caprichada de coerência, no mínimo, e parem de esperar que o Palmeiras seja uma máquina de fazer gols com um time que consideram mediano.

Mas para estes, os "trajaninhos", os "calazanzinhos" ou "exigentes", como queiram, tenho algumas boas perspectivas para que os dias de vocês não sejam tão amargos.

O Luxemburgo é um técnico competente. Até os Kfouris palmeirenses não negam isso. E sabem muito bem que a capacidade dele fica ainda mais ressaltada no meio de tanta mediocridade que há hoje no futebol.

O desempenho dele em campeonatos de pontos corridos é incontestável. Não tem a ver com sorte, coincidência ou um mero acaso. Basicamente isso acontece porque com pontos corridos, a média é premiada no final. E sabemos que, mesmo com todos os altos e baixos dentro de um campeonato, a média dos times do Luxemburgo SEMPRE está no mínimo beirando o topo.

Não há mata-mata. Aquelas surpresas do tipo Asa de Arapiraca, Ipatinga, Ceará, nós sabemos que acontecem. Afinal, empatamos com o Figueirense ontem em casa. Mas também sabemos que acontecem esporadicamente, e que num campeonato onde ganha quem tem a melhor média de aproveitamento, este tipo de tropeço NÃO FAZ A DIFERENÇA.

Por que esperar que as tendências não se confirmem?

A tendência do Palmeiras e dos times do Luxemburgo SEMPRE é melhorar ao longo do Campeonato. Temos 60% de aproveitamento hoje. Por que esperar que essa tendência de melhora não se confirme?

A tendência do Flamengo é piorar, simplesmente porque não é um super-time para bater todos os recordes de aproveitamento do Campeonato Brasileiro de pontos corridos. Hoje tem 76% de aproveitamento. A média dos campeões é de 67%. Por que achar que essa tendência não vai se confirmar?

O ÚNICO RISCO que corremos de não sermos campeões é se perdermos um ou dois jogadores fundamentais (esses "comuns", Valdivia e Pierre, por exemplo). Fora isso, a tendência é sermos campeões.

A outra tendência que sempre se confirma é que o torcedor palmeirense é chato, exigente e nunca está satisfeito. E tende a dar valor aos bons jogadores só quando os perde.

Mas não há de ser nada. Hoje é sexta-feira, o fim de semana vem aí, e a tendência é que ele "promete"!

4 de jul. de 2008

Mustafá se exalta em reunião do Conselho

Nomes aos bois

Taí a turma do câncer, aqueles nomes que encabeçam a política anti-Palmeiras mustafônica dentro do clube. Anotem estes nomes na sua lista negra. Disseram NÃO à Arena:
  • Francisco Paulo Ippolito Neto
  • Mustafa Contursi Goffar Majzoub
  • Piraci Ubiratan de Oliveira Junior

Foram à votação, mas se ABSTIVERAM, com medo de votar "não":

  • Estevam Magro
  • Francisco Manoel Vita
  • José Reginaldo Nazello de Alvarenga Tripoli
  • Marcio Papa
  • Ulisses de Souza Feliconio
  • Synesio Ortiz Roos Filho

Faltaram na votação, mas fizeram CAMPANHA por telefone contra a Arena:

  • Roberto Vicente Frizzo
  • Arnaldo Luiz Albuquerque Tirone
  • Mario Giannini
Fonte: La Nostra Casa

29 de jun. de 2008

Um novo Judas?

Na véspera de um dos dias mais importantes da política alviverde, pois nesta segunda-feira 30 de junho o Conselho Deliberativo do Palmeiras deve votar e aprovar a construção da Arena Palestra Itália, emerge na mídia palestrina o temor do surgimento de um novo Judas.

Seria o cidadão um conselheiro com mestrado, bem-sucedido profissionalmente, em tese uma pessoa esclarecida e resolvida.

Diz-se que tal pessoa, baba-ovo do Musgambá, teria nas mangas uma liminar para impedir na Justiça a votação e fazer com que o processo fosse arrastado meses afora.

Se tal aberração acontecer, terá nascido no Palmeiras um novo Judas, uma verdadeira metástase do câncer mustafento e iremos assistir de camarote uma das demonstrações mais repudiantes de como o ser humano é um bicho nojento!

De que adianta a pessoa ser esclarecida e bem-sucedida, se demonstrar em um simples ato quão desprezível é seu intelecto?!

Ser "Doutor" e se deixar levar por objetivos mesquinhos como rixas pessoais, guerrinhas de ego e (a mais patética humilhação pública a que se pode submeter um ser humano) bajular e lamber o saco do seu "mestre" cancerígeno, almejando vantagens políticas futuras... Seria risível, se não fosse deprimente!

Um "dotô" virar fantoche na mão de outro homem é patético! Já que o ego é tão inflado, deveria haver um mínimo de orgulho ou amor próprio na alma para que não se expusesse a tamanho vexame público!!!

Quando as bolas de Jabba desobstruírem as vias aéreas do "dotô", e este conseguir novamente respirar, oxigenar o cérebro, e formular um sequer pensamentozinho próprio, que venha a consciência de que assinar este trato de novo Judas do Palmeiras trará reflexos em sua vida para sempre. Não me refiro à vida pessoal, nem profissional. Me refiro ao espelho. Ali, onde o próprio talvez visse alguém bem-sucedido na vida, vai começar a enxergar a sombra de um patético fantoche sem orgulho próprio.

23 de jun. de 2008

Diretoria do Palmeiras abre as portas para a Mídia Palestrina independente

Nesta segunda-feira, fui pego de surpresa por um e-mail enviado pelo Diretor de Comunicação e Propaganda do Palmeiras - Internet, Newton Lavieri Júnior.

No comunicado / convite, seguramente enviado a muitos sites e blogueiros que se dedicam a escrever, opinar e informar sobre o Palmeiras por pura paixão, foi informado que o Palmeiras abre espaço em seu site oficial para divulgar páginas relacionadas e dedicadas ao nosso Palestra.

Minha surpresa não é tanto com relação à postura desta Diretoria, que a meu ver já demonstrou em outros momentos absoluta coragem para tomar atitudes corajosas e polêmicas. O maior exemplo disso foi a criação do Setor Visa, que obviamente desagradou ao interesse das organizadas e grande parte da torcida que, assim como eu, freqüenta o Palestra Itália.

A novidade para mim foi a demonstração de total abertura e liberdade à nação palmeirense.

Em outros tempos, especialmente na longa e interminável gestão do câncer mustafento, certamente tal atitude jamais seria tomada.

Primeiro, porque o câncer que assolou o Palmeiras por anos tinha por característica a absoluta intolerância a opiniões discordantes.

E em segundo lugar por eu não ser nada mais, nada menos do que um mero torcedor (fanático, é verdade) palmeirense. Não tenho nenhuma ligação com ninguém dentro do Palmeiras, nem parente ou amigo conselheiro, nem nada do tipo.

Sempre achei que tudo que estivesse ligado a qualquer administração de futebol profissional exigisse necessariamente o famoso "Q.I.", ou "quem indica", ou pior ainda, que fosse aquele comportamento feudal e nepotista típico do futebol.

Sei que parece pouco (e até é), mas o somatório de ações desta administração é até aqui muito positivo.

Para mim, o Setor Visa foi revolucionário e ousado. Peitar o interesse das torcidas organizadas não é para qualquer um. Exige independência, profissionalismo e coragem. Os muitos passos nesta mesma linha só resultarão naquilo que todo palmeirense quer e deseja: no fortalecimento do gigante.

Mais uma vez, parabéns à Administração atual do Palmeiras. E espero que o sr. Della Monica tenha a habilidade e capacidade de colocar em seu lugar, ao final de sua gestão, alguém do calibre e da mentalidade de Cipullo, Seraphim Del Grande ou o mestre Belluzzo.

Qualquer movimento em outra direção será uma derrapada daquelas, e pode deixar ir por água abaixo um trabalho extraordinário feito por sua gestão.

22 de abr. de 2008

São Paulo tremeu, e a culpa foi do Palmeiras

Marco Aurélio Cunha, dirigente do São Paulo, acusou a diretoria do Palmeiras de estar por trás do tremor de 5,2 da escala richter que ocorreu na capital paulista no início da noite desta terça-feira.

O médico afirmou que a cidade não oferece condições para recepcionar a final do Campeonato Paulista, e irá entrar com requerimento junto à Federação Paulista de Futebol para que o segundo jogo ocorra em Los Angeles, onde as chances de um novo tremor de terra ocorrer são mínimas.

-- Há algo de muito estranho nisso tudo. Certamente, há gente do Palmeiras envolvido nisso.

O zagueiro Pirulito, que agradou aos são-paulinos entrando de volta em sua retaguarda, fez declarações fortes a respeito do episódio que fez a cidade tremer.

-- Nem na várzea eu vi coisa parecida! Terremoto é piada, apelação total. Tremor de 5,2 na escala richter e queria que nós não tremêssemos?

O consagrado goleiro Rogéria Sêmen, reserva de Marcos na Copa do Mundo de 2002, também afirmou que a armação do terremoto alviverde afetou diretamente o resultado da partida.

-- No momento em que o Léo Lima chutou, a terra tremeu sob meus pés, perdi o equilíbrio, e caí feito uma gazela para o lado oposto ao do chute.

Nesta quarta-feira, o São Paulo encara o Atlético Nacional da Colômbia, pela Copa Libertadores da América. Diretoria, comissão técnica e jogadores já temem um novo tremor de terra: basta um empate para que o time corra sérios riscos de ser eliminado já na primeira fase.

E pior: para pesadelo dos são-paulinos, o adversário de amanhã é alviverde.

13 de abr. de 2008

"Quando eu crescer, quero ser Palmeiras!"

Sem medo de errar, afirmo que hoje será o dia que vai marcar o colapso do "time da moda".

O futebol é tão cíclico quanto é uma caixinha de surpresas, desde que alguém chutou um coco para acertar na toca do coelho pela primeira vez.

E está tudo desenhado para que a derrocada dos "wannabes" do Jardim Leonor comece às 16 horas deste domingo.

Assim como no 11 de setembro houve o choque com a 1ª torre do World Trade Center, seguido da expectativa e incerteza, até o segundo impacto. Muitos minutos se passaram até tudo virar pó.

A implosão bambi está anunciada. E não há caixinha de surpresa que pode impedir. Para infelicidade das maricas, no caso deles todos os aviões possíveis já se chocaram. As estruturas estão abaladas e o chão está tremendo pro lado deles.

A postura deles, arrogante nas vitórias e patética nas derrota, é que selou o destino.

Não tenho bola de cristal, mas quem precisa de algum oráculo pra antever o óbvio?

Nos momentos de vitórias, em que estavam por cima e se tornaram "o time da moda", os bambis e sua empáfia discursavam empoladamente não apenas exaltando seu sucesso, mas desmerecendo qualquer sucesso alheio.

Sempre se colocavam numa "liga" diferente: "Estamos num estágio superior, somos diferentes de vocês e de todo o resto".

Bem, isso não deixa de ser verdade! É bem diferente existir um time que não saiba reconhecer a vitória de um adversário. E que se incomode TANTO quando o sucesso está do outro lado do muro. Aliás, no momento atual, o sucesso está literalmente do outro lado do muro, do nosso lado.

Lidar com a vitória é fácil, mas tem que saber fazê-lo. O duro é quando passa a moda, o time entra na descendente e o que sobra, além de escombros, cinzas, chororô e crise?

Eu respondo: sobra o desespero de NÃO SER o que sempre afirmaram ser.

O São Paulo tem mania de grandeza, pois nos momentos de glória, acha que é Palmeiras!

Os bambis, do estádio subsidiado pelo governo paulista, confundem vitórias com História, tradição e glórias. Confundem rivalidade e esporte com ódio, histeria e sujeira.

Eles se mordem por serem a eterna terceira força do Estado de São Paulo. Queriam fazer parte do maior clássico do país, queriam ter um arqui-rival para ser seu contraponto. Quando estão na moda, acham que não têm rival à altura porque, na sua arrogância egocêntrica, tentam convencer a si mesmos que estão acima de todos.

Mas quando vem a ducha fria e acordam do sonho, percebem que não têm absolutamente nada a se apegar. Ser "o terceiro" é um tiro no peito dos bambis. Procuram amparo para se segurar e não encontram.

Não têm uma História da qual podem se orgulhar, não tem tradição à qual se apegar, e o espírito "wannabe" fica sem rumo. Os bambis são apaixonados pela vitória, e não pelo seu time!

E no fundo, quando tudo vai ao chão (como está prestes a acontecer), o São Paulo se recolhe, esvazia o panetone, deita a cabeça no travesseiro e pensa, num baixinho murmúrio dentro da sua cachola, para que ninguém corra o risco de ouvir: "Quando eu crescer, quero ser Palmeiras!".

14 de mar. de 2008

E não é que Trajano tinha razão?

Nesta última segunda-feira, dia 10 de março, foi de embrulhar o estômago assistir ao programa "Linha de Passe", da ESPN Brasil. O mesmo programa, que aqui já indiquei como inteligente, causou náuseas e dor de estômago em sua edição passada, especialmente pela participação de José Trajano.

O assunto da discórdia foi a expulsão de São Marcos no jogo de domingo (Bragantino 2 x 5 Palmeiras).

Antes de mais nada, acho que o Marcos se equivocou, errou e mereceu ser expulso, mesmo tendo ciência de que houve um erro anterior do juiz ao não marcar falta na agressão que o jogador do Bragantino praticou sobre o goleiro. E mesmo palmeirense roxo, não concordo com o que disse o gambático jornalista Juca Kfouri, que considerou injusta a expulsão da nossa muralha.

Mas entre discordar dessa opinião e ter um surto psicótico na televisão há uma distância colossal. E foi isso que Trajano, o Ébrio, teve no programa.

Se descontrolou de tal maneira que ultrapassou todos os limites do bom-senso, do jornalismo e até mesmo da educação.

Ao defender sua tese de que a carreira limpa de São Marcos não o imuniza de seus erros (com a qual concordo), o Ébrio jornalista, aos berros, gritou coisas como:

"O Marcos é podre!"

(...)

"A biografia do cidadão não lhe dá o direito de ser safado!"

Já disse isso outra vezes, e vou repetir. Criticar não ofende. Ofensas, sim, ofendem!

E não cabe a ninguém que bate no peito e se julga um profissional correto, de histórico impecável e marcante, ofender ninguém, muito menos um jogador de bom caráter como é o caso do Marcos, notória e sabidamente.

O mesmo Trajano, o Ébrio, já demonstrou em outras situações (e o faz com freqüência) que o equilíbrio e a sensatez não são seus pontos fortes.

Em outro programa "Linha de Passe" histórico, o então apresentador Paulo Soares (também conhecido como o "Amigão), na época responsável pela pauta do programa, não suportou as constantes pentelhações e críticas públicas de seu chefe, ele mesmo, o Ébrio (Trajano é o Diretor de Jornalismo do canal). Simplesmente explodiu, mas não perdeu a linha: tirou o microfone de lapela, levantou-se e se retirou do programa, deixando Trajano, o Ébrio, falando sozinho. (Clique para ver o vídeo deste episódio no YouTube.)

José Trajano se orgulha de sua biografia, de sua carreira no jornalismo e ama ser adulado. Além do mais, adora e cultiva seu temperamento explosivo, e diz que é fruto do fato de "falar o que pensa", de "ter a liberdade de expressar seu pensamento sem se preocupar em agradar a ninguém".

Pessoas mais próximas a Trajano juram que esses seus constantes surtos de perda de equilíbrio e compostura, falta de educação e os berros, estão diretamente ligados à sua condição de maníaco-depressivo e alcoólatra.

Isso, porém, não justifica agredir verbalmente ninguém.

Ontem, no programa "Pontapé Inicial", Trajano, o Ébrio, se mostrou indignado com a reação dos palmeirenses e de todos os telespectadores que se sentiram indiretamente ofendidos com o comportamento do jornalista na segunda-feira.

Falando da repercussão do entrevero que teve com Juca no "Linha de Passe", veio com um discurso em tom de fim de festa, todo melancólico e cabisbaixo:

"É, não tem jeito. As pessoas não me compreendem, não mudam a visão que têm de mim. Não levam em consideração minha história e carreira no jornalismo."

Chega a dar dó ver uma pessoa assim, tão descontrolada e desequilibrada, e ao mesmo tempo tão exposta na mídia.

Caro Ébrio, Trajano, não é que você estava certo numa coisa?

"A biografia do cidadão não lhe dá o direito de ser safado!"

Sábias palavras, Ébrio jornalista.

Portanto, por mais que você seja um jornalista consagrado, importante, de muita história, yada yada yada, você não tem direito de ser safado. Procure tratamento, meu amigo. E páre de provocar ardência no estômago mesmo de quem não é Ébrio como você, apenas com seus surtos psicóticos em rede nacional.

E agora, José? Foi SAFADO, mas não quer ser tratado como tal por causa de sua BIOGRAFIA.

Santa incoerência!

Vai entender a cabeça de um Ébrio.

José Trajano, no Linha de Passe da ESPN, diz:

"O Marcos é podre"
-- referindo-se ao goleiro do Verdão.

"A biografia de um cidadão não
lhe dá o direito de ser safado".

-- falando do lance com o jogador do Bragantino

Pois, a resposta ao ébrio jornalista será dada no próximo post.

6 de mar. de 2008

Pinçados da imprensinha

É pública e notória a insatisfação dos palmeirenses com o comportamento e com o desempenho da mídia, da chamada imprensa esportiva.

Por que será?

Estes mesmos jornalistas que formam a mídia diriam que "todo torcedor acha que seu time é perseguido", o que não deixa de ser um pouco uma realidade.

Mas o que faz um cidadão que acorda cedo, faz as atividades cotidianas em sua casa, sai para trabalhar em busca do leitinho das crianças, rala, sua, ouve abobrinha de patrão ou cliente, enfrenta o trânsito caótico, enfim, que faz tudo isso e ainda se dá ao trabalho de criar um blog, ou site, ou fanzine, para falar sobre o seu time do coração?

Se é difícil responder essa, multiplique esse UM cidadão por DEZ. Ou por CEM. E o que veremos é o nascimento e a solidificação de uma mídia palmeirense independente.

Por que essa urgência em manifestar a nossa opinião sobre o que conhecemos melhor e mais profundamente?

Acompanhamos o noticiário do Palmeiras, o dia-a-dia do time que amamos, em todos em meios e formas. Lemos, ouvimos e vemos de tudo. Desde informações importantes até factóides risíveis e lamentáveis.

Peço ao amigo que leia isto que reproduzirei abaixo e tente identificar as reações que brotam em você, como leitor e como palmeirense.

"Valdivia no São Paulo

O meia chileno Valdivia tem praticamente tudo certo com o São Paulo.

Seu empresário, Juan Figer, de ótimas relações com Juvenal Juvêncio, está com a papelada toda quase pronta.

Será o presente de Natal para os tricolores e o de grego para os alviverdes."

Escrito por Juca Kfouri às 23h41. Dia 12 de dezembro de 2007.

E aí, amigo? Conseguiu passar impassível por estas linhas tão tortas?

Brotam sentimentos ruins, como o de revolta, por tamanha irresponsabilidade. E tantos outros que levam muita gente a deixar comentários no Blog do Juca ou mandar e-mails para o próprio xingando, indignados, sem saber expressar direito o sentimento de incredulidade, desprezo, nojo, raiva, ou outros, sejam lá quais forem.

E isso acontece porque muitos destes inconformados nem sequer sabem porque algo tão "inofensivo" como uma pseudo-notícia num blog causa tantas reações ruins.

Vira e mexe, o próprio jornalista manifesta em suas tribunas, especialmente na ESPN, sua indiferença e não-aceitação (com certa razão) àqueles que o ofendem pela internet, acusando estes de covardes pois se "escondem no anonimato internético".

Ofensas ofendem. Mas idéias não. Por isso mesmo, vamos lá...

É incrível como em tão poucas linhas é possível extrair tantos fatos, que passam desapercebidos por muitos leitores. Não precisa ser jornalista, ou PhD em Comunicação. Basta ser um leitor com alguma proficiência.

Nesta lamentável nota, do fim do ano passado, o jornalista Juca usou o covarde artifício jornalístico de "dizer sem afirmar", afinal, quando se afirma há de se responder pela afirmação feita. Palavras como praticamente ("praticamente tudo certo") e quase ("papelada quase toda pronta") são recursos batidos e manjados quando não se quer comprometer com o que se tem a dizer.

Mas na última frase, "Será o presente de Natal para os tricolores e o de grego para os alviverdes", a afirmação é clara, não há como o jornalista querer fugir da responsabilidade do que ele próprio disse aos seus leitores e assinou com seu nome.

Agora, abaixo, vejam o texto em que ele tenta se esquivar da responsabilidade de ter dado uma notícia falsa (ou seria um factóide pra arrebatar atenção?).

"(...)

A direção do Palmeiras, por sinal, não dá crédito à possibilidade de Valdivia ir para o São Paulo, embora até considere que ficaria feliz com o pagamento da multa rescisória (algo em torno de 14 milhões de euros).

E a direção do São Paulo garante que não pensa em Valdivia.

Alguém, como sempre, está mentindo.

Só espero que não seja a minha desinteressada fonte."

Seria mais honesto com o leitor se o jornalista Juca escrevesse o que ele quis dizer claramente, e não fosse tão orgulhoso. Que mal há em reconhecer um erro? Ele escreveu isso acima, mas o que está escrito nas entrelinhas é:

Alguém, como sempre, está mentindo. Mas não sou eu, tá?

Não me interessa, como leitor, saber se a fonte do jornalista que estou lendo mentiu ou deixou de mentir. O que me interessa é que o jornalista cumpra essas liçõezinhas básicas, que ensinam até mesmo nas faculdades de Jornalismo de R$ 1,99.

Coisas simples como apurar a notícia, checar a procedência e a veracidade da informação, antes de sair vomitando publicamente a primeira coisa que te contam. Especialmente quando o jornalista já tem um certo nome a zelar, leitores a serem respeitados, e milhares de pessoas acompanhando quase que em tempo real o que o profissional escreve.

Tendo colocado isso, que estava entalado na minha garganta desde o momento que aconteceu, quero dar umas pinceladas sobre alguns cronistas, jornalistas e colunistas esportivos que, na minha modesta opinião, atendem aos requisitos que o exigente torcedor palmeirense demanda: seriedade, profissionalismo, independência e desprendimento.

Alberto Helena Jr. Para não dizerem que eu só elegi palestrinos, começo com o bambi, porém correto, Alberto Helena Jr. Um dos jornalistas e colunistas que mais conhece e valoriza a história do futebol, especialmente o Paulista, e nunca se priva de colocar os pingos nos "is" quando o assunto é essa mesma história.

Mauro Beting Palestrino declarado, mas nem por isso deixa de buscar a imparcialidade. Critica o Palmeiras tem que criticar, como fazemos nós mesmos torcedores apaixonados, mas também não se deixa contaminar por falácias abstratas do tipo "mística corinthiana".

Paulo Calçade Um cara atualizado, estudioso das regras e do meio do futebol, que procura nos fatos basear suas análises e comentários. Também não se deixa levar por "ondinhas" da mídia contaminada.

Antero Greco Confesso que não gosto quando o jornalista esportivo perde o foco, e passa a misturar o que acontece fora das quatro linhas com o jogo em si. E apesar de ele fazer isso muitas vezes, quando se atém ao futebol simplesmente, faz comentários pertinentes. Se é incisivo nas suas opinião, o faz para o bem ou para o mal, independente das cores da camisa do alvo de seu discurso.

Marco Antônio (Sportv) Taí um jornalista sereno, ligado no que acontece, imparcial e que parece não carregar grandes cargas de rancores, como boa parte da mídia faz com seus desafetos pessoais.

Claudio Carsughi O Carsughi é, para mim, um professor de jornalismo esportivo. Um mestre que deveria ser seguido e imitado por aqueles que almejam ser alguém nessa área. Ele é frio, prático e objetivo. Trata com frieza e exigência o futebol. Trata igual a sua amada Itália, na final da Copa do Mundo de 2006, e um time qualquer sem expressão, num jogo chato pelo Paulista. Mantém um discurso coerente. Pode ser um crítico ácido. Mas coloca todas as vírgulas, e pontos, e parágrafos, e explicações em seu discurso para deixá-lo claro como água, para que qualquer mal entendedor possa compreender o porquê de cada opinião.

PVC O cara é um estudioso? Fato. Mas acho que vem pecando pelo excesso de preocupação em se manter imparcial. De tanto que ele nega pra si mesmo que não pode beneficiar o Palmeiras em suas análises, ele vem cometendo injustiças com o Verdão. Inclusive a inconveniente prática do "dois pesos, duas medidas". Mas vou ter a benevolência de supor que isso se dá por ser um apaixonado pelo Palmeiras. Acho que não é o caso, pois ele faz toda questão de esconder qualquer emoção quando o assunto é o Palestra.

Mauricio Noriega Como comentarista de jogo, acho que está entre os 3 melhores. Não inventa, não tenta enxergar segredos e táticas mirabolantes que ninguém viu: se atém à seqüência de acontecimentos de uma partida e as comenta, de maneira simples e precisa. É quase impossível ouvi-lo proferir um absurdo, desses que se ouve corriqueiramente nos canais da TV aberta.

Arena Sportv Talvez o programa que mais se aproxime da essência do futebol. Não se discute apenas o "foi ou não foi", eles vão a fundo, entram nas minúcias e no detalhe do jogo, graças a condução de Cléber Machado.

Linha de Passe (ESPN Brasil) Embora muitas vezes se torne irritante, especialmente quando Trajano, Calazans e afins estão de mal-humor com o futebol ou com a vida, deste programa pode-se extrair as mais ácidas críticas a todos os clubes (incluindo o Palmeiras, quando merece). E apesar da presença gambazística do jornalista Juca, nem mesmo o Corinthians é poupado. Nem mesmo o queridinho da mídia, o time do Jardim Leonor, recebe a massagem no ego como ocorre no restante da mídia.